(Chico Buarque, 1979) Hoje eu sonhei contigo Tanta desdita, amor Nem te digo Tanto castigo Que eu tava aflita de te contar Foi um sonho medonho Desses que s vezes a gente sonha E baba na fronha E se urina toda E quer sufocar Meu amor Vi chegando um trem do candango Formando um bando Mas que era um bando de orangotango Pra te pegar Vinha nego humilhado Vinha morto-vivo Vinha flagelado De tudo que lado Vinha um bom motivo Pra te esfolar Quanto mais tu corria Mais tu ficava Mais atolava Mais te sujava Amor, tu fedia Espestava o ar Tu, que foi to valente Chorou pra gente Pediu piedade E olha que maldade Me deu vontade De gargalhar Ao p da ribanceira Acabou-se a lia E escarrei-te inteira A tua carnia E tinha justia Nesse escarrar Te rasgamo a carcaa Descemo a ripa Viramo as tripa Comemo os ovo Ai, e aquele povo Ps-se a cantar Foi um sonho medonho Desses que s vezes a gente sonha E baba na fronha E se urina toda E j no tem paz Pois eu sonhei contigo E ca da cama Ai, amor, no briga Ai, diz que me ama E eu no sonho mais Andr Velloso - Rio de Janeiro, Brazil alv@domain.com.br
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